Recentemente, muitos utentes da Foz do Sousa foram surpreendidos com cartas da Águas de Gondomar, em que a empresa lhes exige o pagamento, no prazo de 30 dias, de quantias superiores a 1700 euros, por um, dois, três ou quatro metros de tubo de plástico.
Desde as primeiras cartas dirigidas aos utentes de São Pedro da Cova, em Janeiro de 2005, que a CDU tem manifestado a sua discordância com os valores exigidos pela Águas de Gondomar, por serem injustificados, já que são muitíssimo superiores aos custos reais suportados com a sua instalação pela empresa concessionária do serviço público de abastecimento de água e drenagem e tratamento de águas residuais no concelho.
Essa foi uma das razões por que a CDU votou contra o Regulamento Municipal de Drenagem Pública e Predial de Águas Residuais do concelho de Gondomar, aprovado pela Câmara e Assembleia Municipal em 1999 e em 2009.
Honrar compromissos
Em 2010, a Assembleia Municipal de Gondomar aprovou uma proposta da CDU para que fosse eliminada a cobrança de ramais de ligação dos sistemas prediais aos sistemas públicos de abastecimento de água e saneamento de águas residuais e a adopção de tarifários sociais destinados aos agregados familiares com menores recursos. O PS, actualmente responsável pela gestão da Câmara Municipal, votou a favor da proposta apresentada, tal como o BE, o CDS e o PSD.
«Não se entende, por isso, que o PS não tenha aproveitado a recente alteração do Regulamento de Distribuição de Água e Drenagem de Águas Residuais do município de Gondomar, ocorrida em Maio deste ano, para eliminar a cobrança de ramais de água e saneamento, honrando o voto que adoptou na Assembleia Municipal em Novembro de 2010. Se o PS tivesse sido coerente pouparia aos utentes gondomarenses, que estão ou vão ser confrontados com as notificações da Água de Gondomar, o drama de terem de arranjar, em poucos dias e a todo o custo, avultadas quantias de dinheiro que não têm», critica, em nota de imprensa, a CDU, que, em coerência com o que sempre assumiu face à privatização da exploração e gestão dos serviços públicos municipais de abastecimento de água e saneamento, votou contra a proposta de reequilíbrio financeiro do contrato apresentado em Maio último.